segunda-feira, 15 de março de 2010

Série Metal Gods: Bathory


Depois de muito tempo, aí vai a segunda edição da série, desta vez sobre uma das minhas bandas preferidas: o grande Bathory...

O que dizer de uma banda que foi um dos pilares para a formação de todo um estilo, o Black Metal, e praticamente criou um outro, que hoje é muito grande, o chamado Viking Metal; uma banda que sempre foi cercada de muito mistério, sendo que há controvérsias até mesmo sobre o nome verdadeiro de seu mentor, uma banda que nunca se apresentou ao vivo, e que sempre esteve reclusa, poucas vezes aparecendo em revistas e etc; uma banda que é freqüentemente citada como influência pelas mais novas; enfim, Bathory é um Clássico, com C maiúsculo, e disso ninguém pode discordar, mesmo que não goste do som...


Antes de qualquer coisa, que fique bem claro, o Bathory sempre foi “Quorthon e mais 10”, o mestre sempre levou tudo sozinho, cuidando das composições, letras e tudo mais; qualquer músico que tenha passado pela banda não foi mais que um coadjuvante (se pouco se sabe sobre Quorthon, os outros membros que a banda teve são absolutamente anônimos, ou alguém tem alguma notícia sobre os tais de Kothaar e Vvornth?). Inclusive, nos últimos álbuns, Quorthon cuidou de tudo sozinho, todos os instrumentos e a produção, tendo o Bathory se tornado uma one man band, assim permanecendo até seu fim.


A banda foi formada na Suécia (país de onde saíram muitas grandes bandas), no glorioso ano de 1983, quando ensaiavam em um local onde, nas palavras de Quorthon, “se entravam os instrumentos, os músicos tinham que sair”. Não lançaram nenhuma demo, sua primeira aparição foi na coletânea Scandinavian Metal Attack, que, entre outras bandas da época, continha duas músicas do Bathory, Sacrifice e The Return Of Darkness And Evil.



A fase Black

As duas músicas citadas devem ter causado uma boa impressão, pois, um ano depois o Bathory estava lançando seu lendário primeiro álbum auto intitulado, e com uma capa que é campeã em estampas de camisetas de Metal e em patches de jaqueta: a “capa do bodão”. As músicas podem ser descritas precisamente como uma versão zumbi do Motörhead, assemelhando-se muito ao Venom (inclusive nos títulos das músicas), embora Quorthon negasse essa inspiração, dizendo que mal conhecia a banda; ele dizia que sua intenção era fazer um som que unisse a agressividade e a velocidade do Motörhead com os temas e a aura “macabra” do Black Sabbath, suas duas bandas preferidas (tudo indica que ele também era muito fã do Kiss, tendo inclusive gravado um cover de Deuce).


Um ano depois (1985), é lançado o segundo álbum da banda: The Return, que não trouxe muitas mudanças na sonoridade, porém mostrou uma certa evolução nas composições e na produção (isso nos padrões Black Metal, pois a qualidade das gravações da banda sempre foram toscas, e talvez as músicas não tivessem a mesma “magia” com uma super-produção).

Detalhe interessante é que esses dois primeiros álbuns não têm, a meu ver, músicas que se destaquem individualmente, são considerados clássicos pelo conjunto da obra, e não por conterem músicas clássicas, o que não quer dizer que fossem ruins, longe disso.


O próximo disco apresentou uma grande mudança na sonoridade, e foi onde o Bathory passou a ter um estilo realmente único, deixando o “estilo Venom” e tocando uma forma de Black Metal que foi o embrião para o chamado Norwegian Black Metal, que estourou na Noruega na década de 90. O álbum, chamado Under The Sign Of The Black Mark, é o melhor da fase Black, com músicas não menos que lendárias, como Woman Of Dark Desires e Enter The Eternal Fire, que figuram entre as melhores de todo o catálogo da banda; o clima das músicas se tornou ainda mais sombrio em comparação com os dois álbuns anteriores, deixando o feeling por vezes debochado e passando a soar verdadeiramente macabro, uma verdadeira viagem às trevas!


Curioso o fato de que Quorthon para se inspirar a compor as músicas de Under The Sign, passou meses ouvindo Música Clássica, sem ouvir nada que tivesse guitarras, baixo e bateria. Talvez isso tenha ajudado na construção da sonoridade descrita acima e na diferenciação entre o estilo do debut e de The Return.

...



Continuação em breve...


2 comentários:

  1. Não conheço a banda mas achei legal a historia. Prometo que vou ouvir algumas músicas qdo der =)

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